segunda-feira, 20 de junho de 2011

Colateral

Quando voltei eu queria ficar um tempo comigo mesma, tentando me achar, essas coisas que entraram no meu vocabulário de uns dois anos para cá. O objetivo era ficar em casa, lendo, vendo filmes, fumando um cigarrinho. Contida, introvertida, zen. Eu e o Quincas. Na primeira noite com umas taças de vinho a mais - muitas a mais - cometi meu primeiro pecado mortal contra minha autoproclamada paz de espírito. Lá vou eu para a taróloga apresentada como a salvadora para descobrir o que diabos estava errado comigo e porque o plano não estava dando certo. Levei uma bronca do tamanho do mundo, não apenas por achar que iria me encontrar sendo zen, mas também pelos mil preconceitos que levei comigo sobre o que me era permitido viver e o que não era. Mas o tiro saiu pela culatra, sai me achando ainda mais errada. Eu quero ser uma pessoa zen, equilibrada. Mas a realidade é que fico feliz mesmo, mesmo, é saindo para dançar, rindo, conversando, conhecendo gente nova. Se isso traz efeitos colaterais, segundo Shirley, é melhor eu começar a aprender a lidar melhor com eles. Quem sabe, diz ela, quando eu me aceitar do jeito que sou, os efeitos senão menores, visto que não irão transbordar de surpresa na melhor oportundade.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tentativa

Vim aqui escrever alguma coisa, meio que para checar se o blog ainda me aceita. Tanta coisa mudou. Voltei ao Brasil na tentativa de voltar a ter uma vida que eu acreditasse ser, de fato, minha. Cá estou eu já há meses e continuo a carregar comigo a sensação de estranheza de não ter certeza quem sou, do que sou ou o que me é importante na vida. Meu cérebro segue dormente. Nem sei se estou sofrendo ou não, só sei que não estou confortável com nada. Estou restless, como se diz em inglês. Com o tempo, sem esforço algum, a sensação de familiaridade volta, pois é natural. Mas é a sensação de que algo que me era muito mais comfortável ficou para trás continua e eu sequer tenho certeza do que é.